Eu sempre quis ser e o mundo parece conspirar para eu não ser. Mas estou com aquela sensação de que só falta uma coisinha para eu ter a certeza da escolha.
O meu pai, claro, acha loucura. Gustavo, jornalista é igual a jogador de futebol. Só meia dúzia se dá bem nessa vida. O resto rala. Tem tanta profissão que dá mais futuro, meu filho, sei lá, presta concurso pra Petrobrás, pro Banco do Brasil. Mas isso não combina comigo. A Julinha, minha namorada, botou na cabeça que eu só quero ser jornalista pra trabalhar na TV, ficar famoso e viver rodeado de mulher. Você pensa que eu sou boba, senhor Gustavo? Pode esquecer essa história. Eu é que não vou aturar futuro marido meu cheio de maria-microfone em cima! Eu tenho pena da mulher do Evaristo Costa, sabia? Comigo, não! Explico pra Julinha que o meu sonho é escrever para impresso, que não vou ficar famoso e que a minha beleza não chega nem perto da frieira do dedo mindinho do pé do Evaristo Costa, mas ela não entende. A minha mãe só reza. Pra tudo que é santo. Gustavinho, a Virgem Santíssima vai iluminar o teu caminho e te ajudar a fazer uma boa escolha. Legal a Virgem estar colaborando, mas isso ainda não resolve o meu dilema. O tal do Gilmar Mendes também não quer que eu faça o curso de jornalismo. Até acabou com o diploma. Ah, quer dizer que qualquer um pode ser jornalista? Claro que não, doutor! Já imaginou a Julinha jornalista, doutor? Ela odeia ler e nunca presta atenção na resposta dos outros. Tem também o cara lá do blog que vi esses dias, o Duda Rangel. Ou a Duda Rangel. Ainda não sei se é homem ou mulher. Vive dizendo que jornalista só se fode e coisa e tal. Parece que tem prazer em me desanimar. O único que me apóia é o Marcão. Tudo bem que ele é interesseiro, mas me apóia. Aí, Guzão, fiquei sabendo que jornalista tem entrada livre em tudo que é festa. Verdade, véio? Estuda esse negócio aí e depois não se esquece dos amigos, hein? Ah, tem também a Leonilde, claro, a faxineira da minha mãe, que dá uma força. Ontem, ela até voltou a tocar no assunto. Ô, seu Gustavo, eu queria que o senhor fosse jornalista só pra mostrar a pouca vergonha que é a saúde de gente pobre como eu. No posto lá do bairro falta de um tudo. Nem pediatra pro Maicon César tem.
Sim, a Leonilde!
A Leonilde está me mostrando a coisinha que faltava.
São essas coisas que fazem com que a profissão do jornalismo seja sempre única, e por isso quero er jornalista, porque aprendo muito mais com esse trabalho do que qualquer outro...
O meu pai, claro, acha loucura. Gustavo, jornalista é igual a jogador de futebol. Só meia dúzia se dá bem nessa vida. O resto rala. Tem tanta profissão que dá mais futuro, meu filho, sei lá, presta concurso pra Petrobrás, pro Banco do Brasil. Mas isso não combina comigo. A Julinha, minha namorada, botou na cabeça que eu só quero ser jornalista pra trabalhar na TV, ficar famoso e viver rodeado de mulher. Você pensa que eu sou boba, senhor Gustavo? Pode esquecer essa história. Eu é que não vou aturar futuro marido meu cheio de maria-microfone em cima! Eu tenho pena da mulher do Evaristo Costa, sabia? Comigo, não! Explico pra Julinha que o meu sonho é escrever para impresso, que não vou ficar famoso e que a minha beleza não chega nem perto da frieira do dedo mindinho do pé do Evaristo Costa, mas ela não entende. A minha mãe só reza. Pra tudo que é santo. Gustavinho, a Virgem Santíssima vai iluminar o teu caminho e te ajudar a fazer uma boa escolha. Legal a Virgem estar colaborando, mas isso ainda não resolve o meu dilema. O tal do Gilmar Mendes também não quer que eu faça o curso de jornalismo. Até acabou com o diploma. Ah, quer dizer que qualquer um pode ser jornalista? Claro que não, doutor! Já imaginou a Julinha jornalista, doutor? Ela odeia ler e nunca presta atenção na resposta dos outros. Tem também o cara lá do blog que vi esses dias, o Duda Rangel. Ou a Duda Rangel. Ainda não sei se é homem ou mulher. Vive dizendo que jornalista só se fode e coisa e tal. Parece que tem prazer em me desanimar. O único que me apóia é o Marcão. Tudo bem que ele é interesseiro, mas me apóia. Aí, Guzão, fiquei sabendo que jornalista tem entrada livre em tudo que é festa. Verdade, véio? Estuda esse negócio aí e depois não se esquece dos amigos, hein? Ah, tem também a Leonilde, claro, a faxineira da minha mãe, que dá uma força. Ontem, ela até voltou a tocar no assunto. Ô, seu Gustavo, eu queria que o senhor fosse jornalista só pra mostrar a pouca vergonha que é a saúde de gente pobre como eu. No posto lá do bairro falta de um tudo. Nem pediatra pro Maicon César tem.
Sim, a Leonilde!
A Leonilde está me mostrando a coisinha que faltava.
São essas coisas que fazem com que a profissão do jornalismo seja sempre única, e por isso quero er jornalista, porque aprendo muito mais com esse trabalho do que qualquer outro...
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